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Abutilon theophrasti

Nova espécie: 

Erva anual de até 1,5 m, revestida por pêlos, com grandes folhas assemelhando-se a corações e flores amarelas.

Nome científico: Abutilon theophrasti Medik.

Nome vulgar: folhas-de-veludo

Família: Malvaceae.

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: 27| Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.

Sinonímia: Abutilon avicennae Gaertn., Sida abutilon L.

Data de atualização: 22/08/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Família: 
Porte: 

Como reconhecer
Erva anual (terófito) de até 1,5 m, revestida por pêlos estrelados e simples e folhas grandes em forma de coração.

Folhas: cordiforme-orbiculares, acuminadas, com 10-20 x 2-17 cm, discolores, com 7-9 nervuras maiores, cobertas de pêlos.

Flores: amarelas, com 15-18 mm, sem epicálice, reunidas em cimeiras na axila das folhas superiores.

Frutos: Mericarpos 10-15, maiores que o cálice, com 2 aristas no ápice; 2 a 3 sementes por mericarpo

Floração: Agosto a Setembro

Espécies semelhantes
Abutilon grandifolium (Willd.) Sweet é semelhante mas tem apenas pêlos simples no caule, flores mais alaranjadas e maiores (12-22 mm) e mericarpos sem aristas. Distingue-se de outras Malváceas pela ausência de epicálice na flor, pela flor amarela e pelas aristas nos frutos.

Características que facilitam a invasão
Reproduz-se por via seminal produzindo entre 700 a 44 200 sementes por planta; as sementes permanecem viáveis até 50 anos; as plântulas têm uma taxa de sobrevivência muito alta (> 55%) e a planta tem grande vigor vegetativo durante todo o ciclo.

Área de distribuição nativa
Sudeste da Ásia até centro da Região Mediterrânica.

Distribuição em Portugal
Portugal continental (Douro Litoral, Ribatejo) e Açores (Faial).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

     

Áreas geográficas onde há registo da presença de Abutilon theophrasti

 

Outros locais onde a espécie é invasora
África (Marrocos), América do Norte (Colorado, Illinois, Indiana, Iowa, Kentucky, Minnesota, New Brunswick, Ontário, Oregon, Quebec e Washington), Ásia (Coreia do Sul, Japão e Turquia) e Europa (Bulgária, Croácia, Hungria, Itália, Suíça).

Razão da introdução
Cultivada para a obtenção de fibras e introdução acidental misturada em grãos ou sementes.  

Ambientes preferenciais de invasão
Mais comum como infestante agrícola, mas surge naturalizada em terrenos incultos e margem de cursos de água.

Impactes nos ecossistemas
De forma geral, não é invasora em áreas de vegetação nativa, já que se trata de uma infestante agrícola. No entanto, aparece pontualmente em ambientes ripícolas onde compete com as espécies nativas.

Impactes económicos
Perdas económicas graves nas culturas de regadio, como milho, soja e algodão, já que existe competição pelos recursos disponíveis. Custos elevados na aplicação de medidas de controlo.

Outros impactes
Produz substâncias alelopáticas que impedem o crescimento de outras espécies à sua volta.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

Controlo físico
Arranque: embora possa ser eficaz em plantas jovens é impraticável em grandes campos de agricultura intensiva.

Controlo químico
Resistente aos herbicidas mais frequentemente utilizados na cultura do milho. Como a germinação é gradual teriam de ser feitas muitas aplicações.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

Controlo biológico 
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Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

CABI (2012) Abutilon theophrasti. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.cabi.org/isc/ [Consultado 28/01/2020].

Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 207 pp.

Morais MC, Marchante E, Marchante H (2017) Big troubles are already here: risk assessment protocol shows high risk of many alien plants present in Portugal. Journal for Nature Conservation 35: 1–12

Pheloung PC, Williams PA, Halloy SR (1999) A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evaluating plant introductions. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.

Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 42 pp. is.

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Abutilon theophrasti. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 28/01/2020].