Árvore dióica, de até 20 m, caduca, com folhas imparifolioladas (3 -7 folíolos), verde claras e dissâmaras com zona da semente cilíndrica, formando um ângulo agudo, com as asas curvadas para o interior.
Nome científico: Acer negundo L.
Nome vulgar: bordo-negundo
Família: Sapindaceae (ex. Aceraceae).
Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Nível de risco: 18| Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.
Sinonímia: Negundo aceroides Moench, Negundo negundo (L.) Karsten, Rulac fraxinifolia Adanson, Rulac negundo (L.) Hitchc.
Data de atualização: 23/08/2023
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Como reconhecer
Árvore dióica, de até 20 m. Quando dominante, geralmente, exibe copa larga e aberta e pode inclusive tornar-se arbustiva; em ecossistema florestal, com mais competição, o tronco tende a ser único e mais reto.
Folhas: caducas, verde-claras, imparifolioladas, com 3-7 folíolos, ovado-acuminados, com a margem grosseiramente dentada.
Flores: unissexuais, reunidas em amentilhos pendentes, que se formam antes das folhas.
Frutos: dissâmaras, com as asas em ângulo agudo curvadas para o interior. Sementes ± cilíndricas.
Floração: março a maio
Espécies semelhantes
As outras espécies de Acer, presentes em Portugal, têm folhas simples, palminérveas e dissâmaras com sementes mais arredondadas, pelo que não se confundem.
Características que facilitam a invasão
É uma espécie de rápido crescimento, tolerante a uma ampla gama de condições ambientais que durante o Inverno pode suportar geadas intensas. Como se trata de uma espécie usada como ornamental a invasão fica facilitada pela distribuição feita intencionalmente. As dissâmaras permitem a dispersão das sementes pelo vento, mas estas também podem ser transportadas pela água. Os pássaros e esquilos podem igualmente ser agentes importantes de dispersão.
Área de distribuição nativa
América do Norte.
Distribuição em Portugal
Trás-os-Montes, Douro Litoral, Beira Litoral, Ribatejo.
Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.
Áreas geográficas onde há registo da presença de Acer negundo
Outros locais onde a espécie é invasora
América do Norte (E.U.A.), Europa (Alemanha, França, Hungria, Polónia, República Checa, Rússia (Sibéria Ocidental), Suécia, Ucrânia) e Oceânia (Austrália, Nova Zelândia).
Razão da introdução
Espécie usada como ornamental.
Ambientes preferenciais de invasão
Surge subespontânea em valetas, áreas periurbanas degradadas e em bosques ribeirinhos. Quando encontra condições adequadas de humidade adquire caráter invasor.
Impactes nos ecossistemas
Pode invadir zonas ripícolas aumentando o assoreamento, assim como pode invadir florestas de espécies autóctones, podendo interferir na regeneração natural dos bosques nos primeiros estágios de desenvolvimento.
Impactes económicos
Em Portugal o comportamento invasor é (ainda) limitado não se conhecendo impactes negativos a nível económico. No entanto, se a sua proliferação aumentar pode vir a ter impactes negativos associados aos custos de controlo.
Outros impactes
Invade ambientes seminaturais e antrópicos onde, por vezes, por causar danos em infraestruturas.
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
Até ao momento pouco esforço foi feito para controlar esta espécie. O uso exclusivo de árvores masculinas nas plantações pode eliminar os riscos de propagação, no entanto, deve evitar-se usa-la como árvore ornamental em zonas rurais, substituindo-a por espécies autóctones.
As metodologias de controlo usadas em Acer negundo incluem:
Controlo físico
Arranque: os exemplares adultos não se conseguem arrancar, mas as plântulas e plantas jovens podem ser retiradas manualmente.
O corte simples não é eficaz já que regenera vigorosamente.
Controlo físico + químico
Para os exemplares adultos, o mais eficiente, é o corte e posterior aplicação de herbicida nas touças, caso contrário ao fim de algum tempo regenera. Deve cortar-se o tronco tão rente ao solo quanto possível e fazer a aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) de herbicida na touça.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.
CABI (2012) Acer negundo. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.cabi.org/isc/ [Consultado 28/01/2020].
Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 48 pp.
Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 52 pp.
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Acer negundo. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 28/01/2020].