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Bidens pilosa

Nova espécie: 

Planta herbácea anual, erecta, de até 50 cm de altura, ramificada, de pequenas flores brancas e amarelas e frutos característicos com aspeto "estrelado".

Nome científico: Bidens pilosa L.

Nome vulgar: amor-de-burro, malpica, pica-pica

Família: Asteraceae/Compositae

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: Em avaliação para Portugal

Sinonímia: Bidens abadiae DC., Bidens abadiae var. abadiae, Bidens abadiae var. pilosoides Sherff, Bidens adhaerescens Vell., Bidens africana Klatt, Bidens alausensis Kunth, Bidens alba (L.) DC., Bidens alba var. radiata (Sch.Bip.) Ballard ex Melchert, Bidens arenaria Gand., Bidens aurantiaca Colenso, Bidens barrancae M.E.Jones, Bidens bimucronata Turcz., Bidens bonplandii Sch.Bip., Bidens brachycarpa DC., Bidens bullata var. glabrescens Fiori, Bidens bullata var. hirta (Jord.) Coste, Bidens calcicola Greenm., Bidens californica DC., Bidens cannabina Lam., Bidens caracasana DC., Bidens caucalidea DC., Bidens cernua var. anomala Farw., Bidens cernua var. tenuis Turcz. ex DC., Bidens chilensis DC., Bidens chilensis var. apiifolia DC., Bidens chilensis var. chilensis, Bidens daucifolia DC., Bidens deamii Sherff, Bidens decussata Pav. ex DC., Bidens decussata Pav. ex Steud., Bidens dichotoma Desf. ex DC., Bidens exaristata DC., Bidens fastigiata var. hispida Jord. ex Cariot & St.Lag., Bidens heterodoxa var. orthodoxa Fernald, Bidens hirta Jord., Bidens hispida Kunth, Bidens hybrida Thuill., Bidens inermis S.Watson, Bidens leucantha (L.) Willd., Bidens leucantha var. leucantha, Bidens leucantha var. pilosa (L.) Griseb., Bidens leucantha var. sundaica (Blume) Hassk., Bidens leucanthema f. discoidea Sch.Bip., Bidens leucanthema var. pilosa (L.) Griseb., Bidens leucanthema var. sundaica (Blume) Hassk., Bidens leucanthemus (L.) E.H.L.Krause, Bidens minor (Wimm. & Grab.) Vorosch., Bidens minuscula H.Lév. & Vaniot, Bidens montaubani Phil., Bidens odorata Cav., Bidens odorata var. calcicola (Greenm.) R.E.Ballard, Bidens odorata var. oaxacensis Ballard, Bidens orendainae M.E.Jones, Bidens orientalis Velen. ex Bornm., Bidens paleacea Vis., Bidens pilosa f. alausensis (Kunth) Sherff, Bidens pilosa var. albiflora Maxim., Bidens pilosa var. bimucronata (Turcz.) O.E.Schulz; Bidens pilosa var. bimucronata (Turcz.) Sch.Bip., Bidens pilosa f. bimucronata (Turcz.) Sherff, Bidens pilosa var. brachycarpa (DC.) O.E.Schulz, Bidens pilosa var. brevifoliata Hieron., Bidens pilosa var. calcicola (Greenm.) Sherff, Bidens pilosa f. calcicola (Greenm.) Sherff, Bidens pilosa var. discoidea Sch.Bip., Bidens pilosa f. dissecta Sherff, Bidens pilosa var. dubia (Cass.) O.E.Schulz, Bidens pilosa var. humilis (Walp.) Walp. ex Reiche, Bidens pilosa f. indivisa Sherff, Bidens pilosa var. leucantha (L.) Harv., Bidens pilosa var. minor (Blume) Sherff, Bidens pilosa f. monophylla (Urb.) Sherff, Bidens pilosa f. odorata (Cav.) Sherff, Bidens pilosa f. pilosa, Bidens pilosa var. pilosa, Bidens pilosa f. pilosior Kuntze, Bidens pilosa f. pinnata Kuntze, Bidens pilosa var. radiata (Sch.Bip.) Sherff, Bidens pilosa f. simplex Sherff, Bidens pilosa f. subbiternatus Kuntze, Bidens pilosa f. subsimplicifolia Kuntze, Bidens pilosa f. ternata Kuntze, Bidens pilosa f. triaristata Sherff, Bidens pilosa f. umbrosa Sherff, Bidens pinnata Noronha, Bidens pumila (Retz.) Steud., Bidens ramosissima Sherff, Bidens reflexa Link, Bidens rosea Sch.Bip., Bidens rosea var. calcicola Greenm., Bidens scandicina Kunth, Bidens striata Schott ex Sweet, Bidens sundaica Blume, Bidens sundaica var. minor Blume, Bidens taquetii H.Lév. & Vaniot, Bidens trifoliata Norona, Bidens tripartita var. cannabina (Lam.) Beckh., Bidens tripartita var. discoidea Wimm., Bidens tripartita var. hirta (Jord.) Sherff, Bidens tripartita var. hispida Cariot & St.-Lag., Bidens tripartita var. indivisa Corb., Bidens tripartita var. integra Peterm., Bidens tripartita var. integrifolia Wirtg., Bidens tripartita var. latifolia Rouy, Bidens tripartita var. minima Lej., Bidens tripartita var. minor Wimm. & Grab., Bidens tripartita var. orientalis (Velen.) Sherff, Bidens tripartita var. pumila Retz., Bidens tripartita var. radiata Wimm., Bidens tripartita var. tenuis (Turcz. ex DC.) DC., Bidens valparadisiaca Colla, Bidens viciosoi Pau, Bidens wallichii var. albiflora Max. ex Matsum., Ceratocephalus pilosus Rich. ex Cass., Coreopsis alba L., Coreopsis corymbifolia Buch.-Ham. ex DC., Coreopsis leucantha L., Coreopsis leucorrhiza Lour., Coreopsis multifida DC., Coreopsis multifida var. multifida, Coreopsis multifida var. mutica DC., Coreopsis odorata Poir., Coreopsis odorata Lam., Glossogyne chinensis Less., Kerneria dubia Cass., Kerneria pilosa (L.) Lowe, Kerneria pilosa var. pilosa, Kerneria pilosa var. radiata (Sch.Bip.) Lowe

Data de atualização: 16/08/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Porte: 

Como reconhecer
Planta herbácea anual, erecta, de 30 - 180 cm de altura, ramificada, com os pecíolos e os ráquis das folhas pubescentes.

Folhas: Imparifolioladas, de 2-9 x 1-3,5 cm, as folhas medianas têm 3-7 folíolos. Os folíolos são ovados e com as margens dentadas, sendo que o folíolo terminal é maior.

Flores: reunidas em capítulos de 5-15 mm de diâmetro, sendo as flores externas liguladas (normalmente 5 a 8, mais raramente 3, com 5-15mm), brancas e estéreis e as flores internas tubulosas, amarelas e hermafroditas.

Frutos: em cipselas linear-fusiformes, angulosas, de 6 a 8 mm com pelos e com 2-3 aristas também com pelos; o capítulo com todas as cipselas reunidas tem um aspeto muito característico ("estrelado"), facilitando o seu reconhecimento.

Floração: junho a outubro

Espécies semelhantes
Semelhante a outras espécies de Bidens que ocorrem em Portugal; distingue-se de Bidens frondosa porque tem frequentemente lígulas (B.frondosa não tem) e de Bidens aurea porque tendo lígulas estas são bem menores (5 - 15mm) do que as de B. aurea (10 - 30mm).
Características que facilitam a invasão
Reproduz-se exclusivamente por semente (uma planta pode produzir até 6000 sementes/ ano) cuja dispersão, principalmente por epizoocoria, é muito eficaz. O Homem inclui-se como um dos principais vetores que a dispersam, já que os frutos se prendem facilmente à roupa, mas também é dispersa agarrada ao pelo de animais, penas de aves, ou através do vento e da água. As sementes podem permanecer viáveis durante 5-6 anos. Beneficia de perturbações e invade rapidamente após o fogo e a lavoura do solo. Cresce rapidamente, formando povoamentos densos que se sobrepõem e eliminam culturas e vegetação nativa. As folhas e raízes contêm substâncias alelopáticas que suprimem a germinação e o estabelecimento de plântulas de espécies vegetais autóctones.

Área de distribuição nativa
Zonas tropicais da América do Sul.

Distribuição em Portugal
Portugal Continental (Minho, Douro Litoral, Beira Litoral, Estremadura, Baixo Alentejo e Algarve), arquipélago dos Açores (Terceira, Graciosa, Pico) e da Madeira (ilha da Madeira).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Bidens pilosa

                   

Outros locais onde a espécie é invasora
África (África do Sul, Etiópia, Quénia), Ásia (China, Japão, Tailândia, Vietname), América Central (Cuba, El Salvador, Guadalupe, Porto Rico), América do Sul (Equador, Perú), Estados Unidos (Califórnia, Flórida), Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e República Checa), Macaronésia, México e Oceânia (Austrália, ilhas do Pacífico (Indonésia, Micronésia, Nova Guiné) e Nova Zelândia).

Razão da introdução
Provavelmente acidental associada a actividades comerciais.

Ambientes preferenciais de invasão
É uma espécie nitrófila que frequentemente invade ambientes com forte influência antrópica/ perturbação como valetas, margens de caminhos, estradas e caminhos-de-ferro, mas também invade áreas cultivadas, jardins e parques. Invade ainda áreas naturais incluindo zonas ripícolas, margens de florestas e áreas costeiras. Está adaptada para crescer numa vasta gama de habitats e tipos de solo, ocorrendo desde o nível do mar até altitudes elevadas mas prefere ambientes quentes mais próximos do mar.

Impactes nos ecossistemas
Os povoamentos densos que forma, assim como as substâncias alelopáticas que liberta, impedem o desenvolvimento de outras espécies, incluindo espécies de plantas nativas.

Impactes económicos
Tem impactes económicos negativos aos prejudicar culturas agrícolas, margens de estradas, caminhos-de-ferro, jardins e espaços de recreio, tornando-se um incómodo para viajantes e turistas e implicando custos elevados no seu controlo.

Outros impactes
Raízes, folhas e flores são fortemente tóxicas/ venenosas.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação correta. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Bidens pilosa incluem:

Controlo físico
Arranque: pode ser arrancada à mão ou com ajuda de enxada de forma a impedir a produção de sementes, ainda que seja inviável em terrenos agrícolas (ou outros) de grandes dimensões. Deve vigiar-se o aparecimento de novas populações e arrancá-las nos seus estados iniciais, antes que ocorra a floração, evitando assim a disseminação das sementes. A maioria das vezes, será necessário repetir esta operação durante vários anos até esgotar o banco de sementes do solo.
Corte: pode ser controlado por corte persistente e repetido, evitando sempre que a planta chegue à floração.

Controlo químico
Pode recorrer-se a tratamentos com herbicidas usando produtos autorizados; no entanto, já foram detectados biótipos resistentes a alguns herbicidas.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

Controlo biológico
Há estudo com fungos como agentes de controlo biológico.

Em Portugal ainda não há agentes de controlo biológico disponíveis para esta espécie.

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

Almeida JD (2012) Flora exótica subespontânea de Portugal Continental (plantas vasculares): catálogo das plantas vasculares exóticas que ocorrem subespontâneas em Portugal Continental e compilação de informações sobre estas plantas. Coimbra, 35 pp.

CABI (2012) Bidens pilosa. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.cabi.org/isc/ [Consultado 01/04/2020].

Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 106 pp. is.

The Plant List (2013) Bidens pilosa. Versão 1.1. Disponível: http://www.theplantlist.org/ [Consultado 01/04/2020].

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Bidens pilosa. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 01/04/2020].