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Phytolacca americana

Erva de grande porte, até 3 m, de caules quadrangulares frequentemente avermelhados e bagas pretas.

Nome científicoPhytolacca americana L.

Nomes vulgares: tintureira, fitolaca, vinagreira, uva-dos-passarinhos, baga-moira

FamíliaPhytolaccaceae

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: 29 | Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.

SinonímiaPhytolacca decandra L., Phytolacca vulgaris Crantz

Data de atualização: 26/7/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie na nossa plataforma de ciência cidadã ou no projeto invasoras.pt que criamos no Biodiversity4ll (iNaturalist). Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

Avistamentos actuais da espécie: 
Família: 
Porte: 

Como reconhecer

Erva grande de até 3 m, ramificada, por vezes lenhificada na base. Caules quadrangulares, verdes, vermelhos ou purpúreos.

Folhas: simples, com 12-25 x 5-10 cm, ovadolanceoladas ou ovado-elípticas.

Flores: brancas ou rosadas, com tépalas semelhantes, formando um cacho longo (de até 30 cm) ± ereto, 10 estames.

Frutosbagas negro-púrpuras, compostas por 10 segmentos fundidos num anel, fazendo o caule pender na maturação.

Floração: maio a dezembro.

Espécies semelhantes

Phytolacca heterotepala Walter, também exótica, dada para os arredores de Coimbra e Lisboa, é semelhante mas é um arbusto (ou subarbusto) e apresenta tépalas desiguais (as exteriores mais estreitas do que as restantes) e mais estames (9-21).

Características que facilitam a invasão

Reproduz-se por via seminal produzindo muitas sementes as quais são dispersas por pássaros.

Também se reproduz vegetativamente por rebentos de raiz.

Área de distribuição nativa

América do Norte. 

Distribuição em Portugal

Portugal continental (Minho, Trás-os-Montes, Douro Litoral, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve), arquipélago dos Açores (todas as ilhas), arquipélago da Madeira (ilha da Madeira).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Phytolacca americana

 

Outros locais onde a espécie é invasora

Invasora em vários países da Europa, oeste dos EUA (Califórnia).

Razão da introdução

Para fins medicinais e utilização em tinturaria.

Ambientes preferenciais de invasão

Habitats ruderais e perturbados, campos agrícolas e margens de vias de comunicação. Também invade habitats seminaturais.

Impactes nos ecossistemas

Impede o desenvolvimento da vegetação nativa.

Tem efeitos alelopáticos, impedindo o desenvolvimento de outras espécies.

Impactes económicos

Causa importantes danos em áreas agrícolas.

Outros impactes

Algumas partes da planta (caules, folhas, frutos) são tóxicas sendo, por isso, nocivas para animais.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Phytolacca americana incluem:

Controlo físico

Arranque manual (metodologia preferencial). Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo.

Corte é usado, pela sua fácil aplicação, mas frequentemente as plantas regeneram vegetativamente e resulta na acumulação de cada vez mais reservas nas raízes tornando as intervenções seguintes cada vez mais difíceis. Por isso, sempre que possível deve arrancar-se e não cortar-se.

 

Controlo químico

Aplicação foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta destas metodologias.

DAISIE European invasive">Invasive Alien species">Species Gateway (2012) Phytolacca americana. Disponível: http://www.europe-aliens.org/speciesFactsheet.do?speciesId=8642 [Consultado 10/11/2012].

Dufour-Dror J-M (2012) Alien invasive plants in Israel. The Middle East Nature Conservation Promotion Association, Ahva, Jerusalem, 213pp.

Fagundes D, Az J, Beiras MB (2007) Plantas invasoras de Galicia. Bioloxía, distribución e métodos de control. Xunta de Galicia, Santiago de Compostela, 209pp.

Marchante E, Freitas H, Marchante H (2008) Guia prático para a identificação de plantas invasoras de Portugal Continental. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 183pp.

Pheloung, P.C., Williams, P.A., Halloy, S.R., 1999. A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evaluating plant introductions. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.

Silva L, Corvelo R, Moura M, Land EO, Jardim R (2008) Phytolacca americana L. In: Silva L, Land EO, Luengo JLR (eds) Flora e fauna terrestre invasora na Macaronésia. Top 100 nos Açores, Madeira e Canárias. Arena, Ponta Delgada, pp. 370-372.

USDA, NRCS. (2012) The PLANTS Database. National Plant Data Team, Greensboro, NC 27401-4901 USA.  Disponível: http://plants.usda.gov [Consultado 10/11/2012].