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Descasque

Português, Portugal

Este método é mais adequado para árvores de casca lisa/contínua. Em plantas que apresentem a casca fendida, com feridas, que esteja muito quebradiça ou intercalada por acúleos, i.e., nas quais a remoção da casca não possa ser completa, o descasque é menos eficaz, mas pode funcionar, pelo que é recomendável testar antes de aplicar em larga escala.

Exemplos de espécies em que se pode aplicar: mimosa (Acacia dealbata)austrália (Acacia melanoxylon), outras acácias (Acacia spp., mas nas espécies que ramificam desde baixo ou que rebentam pouco após o corte, como acácia-de-espigas (Acacia longifolia), geralmente não compensa o investimento), falsa-árvore-do-incenso (Pittosporum undulatum) e espanta-lobo (Ailanthus altissima) apesar de poder ser mais difícil nas duas últimas.

Como Fazer

Fazer uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador; a incisão deve cortar a casca (floema e tecidos exteriores) e chegar à madeira (xilema), mas sem cortar esta última.

Remover toda a casca (e câmbio – “película rosada”), desde o anel de incisão ATÉ à superfície do solo, se possível até à raiz, especialmente para espécies que rebentem de touça.

Aplicar apenas quando o câmbio estiver ativo, o que pode variar de local para local. As melhores épocas para aplicação coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade – geralmente final de Inverno/Primavera e Outono - mas em algumas áreas, por exemplo, galerias ripícolas, e dependendo da meteorologia pode aplicar-se todo o ano.

É fundamental avaliar todas estas condições antes de iniciar uma operação de descasque em larga escala.

Nos casos de árvores que não sejam fáceis de descascar, é preferível deixar crescer e descascar depois. Apesar de se aconselhar não descascar nestas situações, em condições de stress elevado (ex., muito secas), por vezes, árvores que não se conseguem descascar totalmente podem, ainda assim, secar e acabar por morrer. Nestes casos, é necessário avaliar o resultado durante vários meses a poucos anos, antes de aplicar em larga escala.

É necessário descascar todas as árvores da espécie invasora da área a controlar, já que indivíduos não tratados podem facilitar a sobrevivência de indivíduos vizinhos descascados.

A secagem pode demorar vários meses a alguns anos. Em situações em que não seja problemático as árvores secarem e caírem por si, pode não se efetuar o corte, mas terá que ser avaliado caso-a-caso.

Atenção: deixar secar totalmente e só depois proceder ao corte da árvore.

Muito eficaz e amigo do ambiente.

Seletivo e sem perturbação do solo.

A morte das plantas é gradual e os troncos podem servir de habitat para outras espécies.

Adequado para árvores de quase todos os diâmetros, com casca lisa/ contínua, sem feridas, e com um (poucos) tronco principal.

Adequado para zonas de acesso difícil.

Fácil operacionalização com grupos grandes (p. ex., ações de voluntariado ambiental) e não exige ferramentas difíceis de operar.

Se bem aplicado, não estimula a emissão de rebentos de touça e/ou raiz, o que significa menos controlos de continuidade.

Requer aplicação algo minuciosa, é moroso e consequentemente dispendioso. 

A aplicação pode ser limitada a algumas épocas do ano (câmbio vascular deve estar ativo).

Não adequado para plantas com casca fendida, com feridas, quebradiça ou com acúleos ou espinhos (impedem a remoção completa da casca, diminuindo a eficácia).

É necessário descascar todas as árvores da espécie invasora da área a controlar (plantas não tratadas podem facilitar a sobrevivência de plantas vizinhas descascadas).

Quando as árvores não podem cair sozinhas, exige duas operações distanciadas no tempo.

Pode ter impacte visual negativo (árvores secas de pé) na opinião pública.

Segurança

Cuidados com as posturas de trabalho e manuseio das ferramentas de corte.

 

Manutenção

Afiação periódica das ferramentas.

 

Equipamento de Protecção Individual

Luvas.

 

Ferramentas

Descascadeira, foice, serrote, canivete, tesoura de poda, podoa.