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Opuntia elata

Nova espécie: 

Arbusto suculento (cacto) de até 2 m, muito ramificado, cladódios +/- espatulados, comprimidos, verde-brilhantes, aréolas frequentemente sem espinhos, por vezes com uma tonalidade vermelho--acastanhado, flores alaranjadas e frutos púrpura.

Nome científico: Opuntia elata Salm-Dyck

Nome vulgar: cacto

Família: Cactaceae

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: Em avaliação para Portugal. Atualizado em 31/07/2020.

Sinonímia: Opuntia alko-tuna Cárdenas; Opuntia bonaerensis Speg.; Opuntia cardiosperma K.Schum.; Opuntia chakensis Speg.; Opuntia pyrrhantha (F. Ritter) P.J. Braun & Esteves; Platyopuntia interjecta F. Ritter; Platyopuntia pyrrhantha F. Ritter

Data de atualização: 28/08/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Família: 
Porte: 

Como reconhecer

Arbusto suculento (cacto) de até 2 m, muito ramificado, cladódios com 15-25 x 4-9 cm, espessura >  2 cm, +/- espatulados, verde-brilhante, por vezes com uma tonalidade vermelho-acastanhados sobretudo nas aréolas e nas margens.

Folhas: minúsculas, cónicas, caducas; aréolas frequentemente sem espinhos, por vezes com 1 -3, com gloquídios vermelho--acastanhados.

Flores: alaranjadas, com 3-4 cm Ø.

Frutos: obovóides de cor púrpura.

Espécies semelhantes

Opuntia elata é semelhante a O. ficus indica (ou O. maxima) mas distingue-se porque tem dimensões menores (até 2 m), muito ramificada; os cladódios são mais pequenos (chegam a 25 cm versus até 60 cm de O. ficus indica); aréolas frequentemente sem espinhos, com gloquídios vermelho--acastanhados.

As várias espécies de Opuntia com cladódios “achatados” são semelhantes não sendo simples (nem consensual) a sua classificação e identificação

Características que facilitam a invasão

Propaga-se tanto por semente como vegetativamente, apesar de não haver confirmação de germinação em Portugal. Os segmentos dos caules (cladódios) desprendem-se, enraízam e originam novas plantas, podem ser espalhados pela água das cheias, pelas pessoas que despejam resíduos de jardim e, se tiverem espinhos, podem prender-se a veículos, equipamento ou botas.

Área de distribuição nativa
Paraguai.

Distribuição em Portugal

Portugal continental (Trás-os-Montes, Douro Litoral).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar. 

                   

Áreas geográficas onde há registo da presença de Opuntia elata

Outros locais onde a espécie é invasora
Austrália

Razão da introdução

Provavelmente como ornamental

Ambientes preferenciais de invasão

Invade zonas áridas com vegetação herbácea e arbustiva e zonas rochosas. Invadem também áreas perturbadas, como margens de vias de comunicação, de jardins ou de locais onde foram plantadas.

Impactes nos ecossistemas

Quando forma manchas densas compete com as plantas nativas e pode chegar a reduzir o alimento e o habitat para os animais.

Impactes económicos
Compete com as plantas de pastagem, reduzindo a produtividade

Outros impactes

Pode limitar as atividades recreativas, como caminhadas e acampamentos, e os espinhos podem ferir pessoas e animais.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação.

Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de gestão e controlo usadas em Opuntia elata incluem:

Medidas preventivas

Como prioridade, devem adotar-se medidas preventivas que impeçam o estabelecimento desta espécie (e de outras invasoras) em novos locais, que incluam, por exemplo:

Controlar o destino da biomassa resultante das limpezas de jardim e se tiver estado numa zona com cactos, verifique botas, equipamento, veículos e maquinaria antes de sair da zona invadida para evitar o transporte de fragmentos e/ ou sementes de forma a evitar a criação de novos focos de invasão noutros locais.

Sensibilização do público: é essencial informar e educar o público sobre os perigos desta e de outras espécies invasoras, através de campanhas dedicadas, incluindo informação clara sobre a sua não utilização (e.g., não cultivar em jardins ou vasos, não partilhar com outras pessoas), impactes envolvidos e formas de dar o alerta precoce no caso de observação da espécie em novos locais em ambiente natural.

Apostar no bom estado de conservação de habitats naturais e no restauro dos habitats alterados/ intervencionados, o que ajudará a evitar o estabelecimento e a expansão desta (e de outras) invasora.

Ciência-cidadã: registar esta (e outras) espécie invasora é importante para fazer um ponto da situação que facilite o estabelecimento de prioridades e definição de estratégias no futuro. Esse registo depende em parte de voluntários, amantes da natureza, cidadãos cientistas e também técnicos que estejam alerta e registem as suas observações, por exemplo, no projeto de ciência cidadã "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist.
Controlo físico / mecânico

Arranque manual auxiliado por ferramentas (metodologia preferencial): aplica-se principalmente a plantas pequenas, isoladas ou ocupando áreas não muito extensas. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes/fragmentos de maiores dimensões no solo. É importante utilizar vestuário de proteção e luvas adequadas para se proteger de ferimentos provocados pelos espinhos.

Controlo mecânico aplica-se em invasões maiores. Assegurar que as raízes são arrancadas e que todas as partes das plantas são eliminadas; pode não constituir uma opção eficaz, pois a planta pode facilmente regenerar vegetativamente a partir de fragmentos que não sejam eliminados.

Controlo químico

Pulverização com herbicida. herbicidas são usados na Austrália especialmente em infestações esparsas e dispersas, pulverizando as plantas em crescimento ativo.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

Controlo biológico

Na Austrália o controlo biológico é feito utilizando 2 espécies de cochonilha (Dactylopius opuntiae (linhagens "stricta" e "ficus") e Dactylopius ceylonicus) em conjunto com 1 traça (Cactoblastis cactorum).

Em Portugal ainda não há agentes de controlo biológico disponíveis para esta espécies.

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

NSW Department of Industry (2023) NSW WeedWise: Riverina pear (Opuntia elata). Disponível: https://weeds.dpi.nsw.gov.au/Weeds/riverinapear [Consultado 29/07/2023].

PlantNET (The NSW Plant Information Network System). (s.d.) Royal Botanic Gardens and Domain Trust, Sydney. Disponível: https://plantnet.rbgsyd.nsw.gov.au [Consultado 29/07/2023].